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Por uma política qualificada

data-filename="retriever" style="width: 100%;">A eleição para prefeito é importante. Porém, elegermos vereadores e vereadoras competentes, qualificados e cientes da sua atuação no Legislativo de Santa Maria é fundamental. A política partidária é feita de pessoas, mas as siglas estão muito aquém no trabalho de formação de novos quadros. Até porque os partidos fazem coligações esdrúxulas e rasgam a própria cartilha que os deveria nortear na caminhada eleitoral. A busca do poder pelo poder, não importa a forma que isso ocorra, só interessa aos profissionais da política e seus bajuladores, que querem cargos a qualquer preço.

Então, o eleitor e a eleitora santa-mariense precisam escolher com zelo e atenção seus candidatos à Câmara de Vereadores. É inadmissível que alguns parlamentares atuem somente como "despachantes" e promotores de homenagens e nomes de rua. Estamos em 2020, o mundo mudou, e a política merece ser feita por agentes capazes de contribuir efetivamente para melhorar a vida da população. Isso é realizado com a elaboração de projetos consistentes e fiscalização austera e justa do Executivo. Sim, os atos do prefeito e do vice devem ser fiscalizados pelos vereadores, afinal, o dinheiro público não pode ser desperdiçado nem ficar parado na conta do município por falta de propostas para atender aos munícipes e suas necessidades.

A exemplo de algumas pessoas, creio que o voto é conquistado. E conquistar o voto significa ter proposta, coerência e consistência por parte dos pretendentes aos cargos eletivos. Significa conversar com o eleitor olho no olho, ouvi-lo com respeito e não enganá-lo com propostas descabidas. Não desmereço o trabalho praticado pelos membros da atual legislatura e suas pretensões, só avalio que sempre pode ser feito mais pelo povo, sobretudo na implementação de projetos exequíveis e na fiscalização do Executivo.

O debate na tribuna pode e precisa avançar. As questões nacionais e estaduais têm reflexo em âmbito municipal. A política é uma rede e suas ramificações envolvem a sociedade inteira. Os que dizem não gostar, nem se envolver, com e na política estão equivocados. É dela que a nossa vida é feita nos mais variados ambientes pessoais e profissionais. Ao negligenciarmos a política, colocamos em risco o nosso presente e o nosso futuro.

Na eleição majoritária de 2016, no 1º turno, dos 203.043 eleitores aptos, só 160.634 compareceram às urnas em Santa Maria. A abstenção foi de 20.89%, com 42.409 ausentes. Os oito pretendentes ao Executivo, no total, receberam 147.394 votos. Tivemos, ainda, 6.796 votos nulos e 6.444 em branco.

Para o Legislativo, dos 214 candidatos inscritos, 210 chegaram ao pleito e receberam 131.649 votos nominais no total. Quatro foram indeferidos pela Justiça Eleitoral ou renunciaram. Houve ainda, 11.540 votos em branco e 7.330 nulos. Os eleitores votaram na legenda de 27 partidos para a vereança. A soma total chegou a 10.115 votos.

No livro "Política e cultura", uma coletânea de 15 ensaios, o filósofo político italiano Norberto Bobbio (1909-2004) discute o papel do intelectual no cenário dominado por posições extremistas e intolerantes. Ele vê a figura do intelectual como o mediador que trabalha, tendo como referência, a virtude da tolerância e, como método, o diálogo racional.

O debate político é válido e necessário. Concordo com a jornalista, mestre em Comunicação e Mercado, e doutora em Ciências Sociais, Katia Saisi. Ela afirma: "Não se trata de um simples posicionamento contemplativo, que evita tomar partido de uma determinada ideologia, mas de uma recusa consciente à polarização e convicção de que o debate político pode acontecer por meio de uma razão libertadora e esclarecedora. Para isso, a ideia de cultura ocupa um papel de destaque, evitando que se formem verdades definitivas para se produzir os questionamentos racionais necessários para a vida democrática". Sempre é possível e benéfico qualificarmos a política. 

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